segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Sombras, um novo olhar!


O ser humano foi condicionado a desprezar as sombras, até mesmo a sua. É interessante salientar que por mais que ela passe despercebida, nunca deixa de existir.

O exercício das sombras foi mais abstrato que os demais, a começar pelos desenhos que deveriam ser feitos. O desenrolar do encontro se deu pelo marcante discurso sobre o voltar ao tempo de criança, brinca com a sombra; enquanto desenvolvíamos o trabalho.

Mas, o que realmente marcou o exercício foi à discussão que se deu entorno de qual seria o papel das sombras; esconder jeitos, sentimentos, vontades... Não apenas coisas ruins, mas coisas que poderiam revolucionar nossa maneira de ser/viver. Ficou concordado que na maioria das vezes usamos, sem perceber as sombras para isso; não sei de fato, até onde isso é legal.



Lembro-me do meu ingresso na universidade, assumi um papel muito restritivo, muitas vezes falava com os meus amigos que eu não suportava mais camuflar o que eu realmente era. Porque via a priori que na universidade só havia espaço para os sérios, céticos, ortodoxos, etc. Mas, hoje assumi o meu jeito de ser, e percebi que durante um momento escondi isso nas sombras.


Esse é fato que enaltece no sentido pejorativo as sombras, esconder; e o ser humano nunca dispensará isso. No entanto, algumas revelações são vitais para a manutenção da vida, pois nem tudo aquilo que ocultamos é necessariamente ruim.
Acho muito legal o trabalho desenvolvido por esse grupo:

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Condição humana, outros papéis...


Cansei de conceitos estabelecidos, e me inquieto diante de qual seria o conceito mais moderno e subjetivo da “condição humana” pregada hoje em dia. Acredito que vai além daquele conceito comum que temos de se ter condições mínimas de sobrevivência (água potável, comida de qualidade, casa em ambiente habitável, saneamento, etc.) indo para os pontos de aceitação dos modos de vida de cada indivíduo.

O documentário Ilha das Flores - Jorge Furtado.1989 - apresenta sujeitos dentro de uma ação passiva, de não se oporem ao que lhes é imposto, quando passam a alimentar-se daquilo que os animais desprezam. Enquanto que no documentário Boca de Lixo – Eduardo Coutinho. 1992 - apresentam-se sujeitos ativos e passivos. Ativos no sentido de decidirem, ou melhor, declararem afetuosidade àquele modo de vida.

Este é o ponto de choque para a maioria, aquele modo de vida não é o adequado, mas, e quanto à condição humana? Existe essa condição dentro daquela realidade? O ambiente é inóspito, malcheiroso, insalubre, mas, há um ser humano lá.

Enquanto defendermos um conceito de condição humana então que possamos lutar para que o mesmo seja compartilhado e vívido por todos. No entanto, aprendemos a enxergar como os demais, ficando preso apenas ao discurso, já a ação, só se dá por uma minoria. E para ser mais sincero, pessoas sempre viverão nessas condições enquanto não houver uma mudança efetiva começando por mim e por você.

Seu Enock, personagem no documentário Boca de Lixo diz: “O lixo faz parte da vida. O final do serviço é o lixo. E é dali que começa…” Esse afirmação despertar diversas reflexões que serão facilmente amanhã esquecidas, ou melhor, sufocadas pelo nosso entorno. Assim como o lixo que nas palavras de seu Enock tem um ciclo, pertencemos também a um; hoje somos provocados à reflexão, amanhã sedados à ação, depois nós mesmos silenciamos nossa vontade de agir. Espero que muito em breve sejamos novamente provocados à reflexão e quebremos esse ciclo vicioso e partamos de fato, a ação!

O título desse manuscrito foi apenas um pretexto para que se pudesse provocar um novo jeito de olhar. Ações para que essas realidades mudem serão sempre importantes e bem vindas, contudo quero suscitar não apenas ações voltadas àquelas realidades, mas alavancar percepções quando existir uma contração que oprima sujeitos dentro de qualquer realidade.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Esperança nos Olhos... - Reflexão da Visita ao Primeiro Colégio



Ambiente semelhante, pessoas diferentes com atitudes não estranhas, mas, inexistência de querer ir para o próximo degrau. Foi isso que percebi ao chegar à escola de uma cidadela daqui da redondeza.  

Esclarecer a proposta da universidade, explicar sua pedagogia, seus pilares, dá uma base do é interdisciplinariedade; não bastava, era necessário ir um pouco além.

Trazer informações sobre o funcionamento da universidade foi fundamental, no entanto mostrar àqueles estudantes de que é possível acessar o ensino superior foi indispensável.

A realidade da universidade no cotidiano deles era tão distante, como prova disso, poucos fizeram o ENEM. Me sentir provocado a expor a eles uma realidade diferente, realidade que para mim também um dia parecia impossível. Era hora de alimentar, fomentar, salvar sonhos que já desciam para o esquecimento. Deixei claro que não seria fácil, mas que também não é impossível; bastaria apenas acreditar e se dedicar.
Fico feliz por essa oportunidade que me foi concedida, não fui a um colégio do centro, com centenas de alunos. Contudo, bastou ter respingado esperança, em terrenos já secos. 

"Num país como o Brasil, manter a esperança viva é em si um ato revolucionário."
Paulo Freire