Olhares pela
janela de casa, do ônibus, do prédio, enfim o que realmente vemos? O
documentário Ilha das Flores traz de volta uma discussão de anos, de qual nicho
social o ser humano é, ou melhor, onde ele se enquadra? Perguntas e mais
perguntas surgem sem uma possível resposta. O homem que possui um “telencefálo altamente desenvolvido
e um polegar opositor” (Furtado, 1989) leva a vida de
diferentes formas, além de muitos viverem uma vida desumanizada, se é que um
ser humano pode viver desumanizadamente.
Perturbo-me a buscar encontrar a
linha que separa o homem na condição humana pra o homem na condição animal. E
mais, quem são os homens na condição de animais, os que teoricamente vivem uma
vida digna ou àqueles que sobrevivem do que os “porcos” deixaram para trás.
Encontrei um texto legal.
O que me torna um ser humano?
Lalinha Brito
O que me torna um ser humano?
Vestir roupas que estão na moda?
Dançar músicas com tamanha vulgaridade?
Ser formada em medicina, arquitetura ou em direito?
O que me torna um ser humano perfeito?
Uma simples aula de etiqueta?
Vestir máscara de fulana boazinha?
Ou sair na rua, dizendo que creio em Deus?
O que me torna um ser humano? O que me faz ser eu?
Dizer mentiras, para ser bajulada?
Fingir que amo, para ser amada?
Não ser ninguém, apenas uma máscara!
Continuo minha investigação ao mundo olhado pela janela, confronto-me
com a ideia de que tudo que vemos
está pré-moldado, aprendemos a enxergar assim.
Segue uma poesia que
resume o assunto aqui abordado.
Olhos
Vendados
João
Felinto Neto
Meus olhos copiosos de tristeza
Não
vêem o que se passa
aqui;
enquanto vão chorando na vileza,
acreditam que um dia irão sorrir.
No
viciado tinto da obediência,
escravizados a aceitarem o
se perdem numa alheia consciência,
sem questionar o não e o sim.
Na devoção de uma vida em crença,
temem na
experiência,
não distinguir o bom e o ruim.
Quem sabe abrindo eu a minha mente,
meus olhos
de repente,
possam
ver?
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